Crise no Morumbi: São Paulo rescinde com nutrólogo após escândalo de "caneta emagrecedora" irregular
O ambiente nos bastidores do São Paulo Futebol Clube sofreu um abalo sísmico nesta semana. O que começou como uma promessa de vanguarda tecnológica e performance atlética transformou-se em um caso de polícia e vigilância sanitária. O clube paulista anunciou a rescisão imediata do contrato com o nutrólogo Eduardo Rauen, após uma investigação jornalística do portal UOL revelar que o medicamento Mounjaro, indicado por ele a atletas do clube, era obtido por vias irregulares.
O Esquema: Preços Inflacionados e Indícios de Contrabando
A polêmica gira em torno da comercialização do Mounjaro, um medicamento de última geração utilizado para controle de glicemia e perda de peso, que se tornou a nova "febre" no mundo da medicina esportiva e estética. No entanto, o fornecedor indicado pelo Dr. Rauen aos jogadores não era uma rede farmacêutica licenciada, mas sim uma pessoa física sem autorização da Anvisa.
Em uma apuração detalhada, a reportagem do UOL simulou a compra do produto e encontrou um cenário alarmante:
Preço Abusivo: Enquanto nas farmácias regulamentadas o valor é tabelado, o fornecedor clandestino cobrava R$ 5.599 via Pix.
Origem Ilícita: O medicamento era importado ilegalmente. A Anvisa é categórica: a comercialização de medicamentos importados sem o devido registro e desembaraço alfandegário específico para revenda é proibida no Brasil.
Crime Federal: A prática configura fortes indícios de contrabando ou descaminho, colocando não apenas a reputação do clube em risco, mas também a saúde e a integridade jurídica dos atletas envolvidos.
O Fim da Era "TecFut" no CT da Barra Funda
Eduardo Rauen não era apenas um consultor esporádico. Ele foi o responsável direto pela implementação do TecFut, um projeto ambicioso dentro do CT da Barra Funda que visava integrar tecnologia de ponta e nutrição de precisão para otimizar o rendimento dos jogadores.
A ideia do TecFut era transformar o São Paulo em uma referência global de biohacking e medicina esportiva. Contudo, a indicação de um fornecedor irregular para uma droga tão potente quanto o Mounjaro (tirzepatida) quebrou o pilar fundamental de confiança entre o profissional e a instituição.
"A gravidade dos fatos narrados não permitiu outra saída que não o desligamento imediato", afirmam fontes ligadas à diretoria do Tricolor.
Por que o Mounjaro é tão polêmico no esporte?
O Mounjaro atua nos receptores de dois hormônios: o GLP-1 e o GIP. Embora seja extremamente eficaz para a perda de gordura e controle metabólico, seu uso no esporte de alto rendimento é delicado.
O uso desse tipo de medicação por atletas profissionais exige um monitoramento rigoroso, pois a perda de peso acelerada pode levar à perda de massa magra e desequilíbrios eletrolíticos se não for devidamente acompanhada. Quando essa substância entra no clube através de um mercado "paralelo", o risco de contaminação ou de dosagens inadequadas aumenta exponencialmente, podendo até gerar problemas com o controle de doping, dependendo das substâncias agregadas no processo de fabricação ou transporte clandestino.
Impactos e Próximos Passos
A rescisão com Eduardo Rauen marca uma tentativa do São Paulo de blindar o departamento de futebol de maiores escândalos judiciais. O clube agora deve passar por uma auditoria interna para verificar quantos e quais atletas chegaram a adquirir e utilizar o medicamento sob orientação do nutrólogo.
Do lado jurídico, o fornecedor identificado poderá responder por crimes contra a saúde pública. Já o Dr. Eduardo Rauen deve enfrentar questionamentos éticos junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM), uma vez que a indicação de fornecedores irregulares fere o código de ética da profissão.
| Fato | Consequência |
| Indicação de fornecedor ilegal | Rescisão do contrato com o São Paulo |
| Medicamento importado sem Anvisa | Investigação por descaminho e contrabando |
| Preço de R$ 5.599 | Evidência de lucro ilícito e mercado paralelo |

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