De Volta Após Polêmica, Ramon Abatti Abel Causa NOVO Furação na Série B: Gol Anulado e Expulsões Marcam Duelo Decisivo contra o Rebaixamento

Ramon Abatti Abel causa tumulto no final da partida da série B


 O árbitro catarinense Ramon Abatti Abel (FIFA-SC) voltou a ser o centro das atenções no futebol brasileiro, mas não pelo motivo que a arbitragem gostaria. Após um período de afastamento pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – que se seguiu a polêmicas em jogos de destaque na Série A –, Abatti Abel foi o escalado para apitar um dos confrontos mais tensos e decisivos da reta final da Série B do Campeonato Brasileiro: Athletic-MG 2 x 1 Ferroviária-SP, realizado na noite de sexta-feira (7) na Arena Sicredi. O resultado foi um novo turbilhão de reclamações, um gol anulado em momento crucial e duas expulsões no time visitante, levando o juiz a deixar o gramado sob escolta policial.

A Tensão do Duelo pela Sobrevivência

A partida, válida pela 35ª rodada, era um verdadeiro “jogo de seis pontos” na luta contra o rebaixamento. O Athletic, jogando em casa, precisava desesperadamente da vitória para sair da incômoda Zona de Rebaixamento (Z4), enquanto a Ferroviária buscava se afastar de vez das últimas posições. O ambiente, naturalmente carregado pela pressão do campeonato, foi incendiado pelas decisões do árbitro no segundo tempo.

O primeiro tempo terminou empatado em 1 a 1, com gols de Douglas Pelé para o Athletic e Carlão para a Ferroviária. O drama se reservou para a etapa final, momento em que as intervenções da arbitragem se tornaram determinantes.

Gol Anulado: O Estopim da Revolta Afeana

O lance mais controverso e que gerou a maior onda de protestos da Ferroviária ocorreu por volta dos 20 minutos do segundo tempo. A Locomotiva Grená chegou a balançar as redes, marcando o que seria o gol da virada e da liderança no placar: 2 a 1. A comemoração, no entanto, foi interrompida após a intervenção do Árbitro de Vídeo (VAR), comandado por Heber Roberto Lopes (SC).

Chamado ao monitor, Ramon Abatti Abel revisou a jogada e optou por anular o gol. A decisão se baseou em uma suposta mão na bola de um jogador da Ferroviária na origem da jogada, antes da conclusão para o gol. A alegação do time paulista, contudo, era de que a bola teria tocado primeiro no corpo do atleta (barriga ou peito), com o braço em posição de proteção após desvio, e não caracterizando infração para anulação.

A anulação desfez o 2 a 1 para a Ferroviária, que via a oportunidade de ouro de se distanciar do Z4 escapar por entre os dedos. A frustração imediata dos jogadores e da comissão técnica da equipe visitante foi palpável.

Expulsões e o Gol da Vitória Mineira

A tensão aumentou ainda mais nos minutos finais. Aos 40 minutos do segundo tempo, o árbitro aplicou um cartão vermelho direto para o jogador Vitor Barreto, da Ferroviária, por uma entrada mais dura em um adversário, o que a arbitragem interpretou como jogo brusco grave. Com um a menos, a situação da Ferroviária se complicou drasticamente.

A insatisfação com as decisões de Abatti Abel culminou na expulsão do técnico da Ferroviária, Claudinei Oliveira. O treinador, revoltado com o rumo da arbitragem, foi expulso por reclamação acintosa. Segundo relatos da súmula, que vieram a público após a partida, Claudinei Oliveira teria proferido a grave ofensa de que a arbitragem era composta por “todos ladrões” – uma acusação que a Ferroviária terá de lidar posteriormente nas esferas disciplinares.

Para piorar a situação da Ferroviária, a falta que originou a expulsão de Vitor Barreto foi cobrada com precisão, resultando no gol da vitória do Athletic-MG nos acréscimos, marcado por Jhonatan. O 2 a 1 deu os três pontos vitais ao time mineiro, que conseguiu sair da Zona de Rebaixamento, jogando a Ferroviária em uma situação extremamente delicada.

O Fim Tenso e a Escolta Policial

Com o apito final e a vitória do Athletic, a revolta dos atletas da Ferroviária explodiu. Jogadores cercaram o árbitro Ramon Abatti Abel no gramado, protestando de forma acalorada contra as decisões que, na visão do clube paulista, influenciaram diretamente no resultado da partida.

Diante do clima hostil e da pressão dos atletas, o árbitro FIFA precisou ser escoltado pela Polícia Militar para deixar o campo de jogo em segurança. A cena, lamentável, é mais um reflexo da intensa pressão e da insatisfação crescente com a arbitragem em jogos cruciais do futebol brasileiro.

O episódio recoloca Ramon Abatti Abel sob os holofotes, apenas um mês depois de seu afastamento. A CBF, que havia dado um voto de confiança ao escalá-lo para um jogo de alta responsabilidade, terá que lidar com as consequências e as inevitáveis representações da Ferroviária. O clube paulista, agora mais perto da Série C, promete ir à forra na sede da Confederação, solicitando apuração rigorosa sobre a atuação do árbitro e do VAR. A luta contra o rebaixamento da Série B ganhou, inegavelmente, um novo e polêmico capítulo

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