Presidente Ednaldo Rodrigues (ou Samir Xaud, dependendo da fonte e data) reconhece erros, mas freia demissões e foca na criação de um Grupo de Trabalho para debater melhorias de longo prazo, incluindo a regulamentação da atividade.
O clima de contestação que paira sobre a arbitragem do futebol brasileiro motivou uma reação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em um cenário de crescentes reclamações de clubes e lances polêmicos, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues (ou Samir Xaud, em notícias mais recentes), veio a público reconhecer os problemas, mas defendeu a cautela e o estudo aprofundado como caminhos para as melhorias, especialmente no que tange à profissionalização da categoria. A declaração de que a profissionalização "requer um certo estudo" aponta para a complexidade do tema, que vai além de uma simples mudança de status.
A Complexidade da Profissionalização em Debate
A profissionalização dos árbitros, um anseio antigo no meio do futebol, não é vista pela CBF como uma solução de aplicação imediata. O presidente Ednaldo Rodrigues já havia salientado que, embora a lei da profissionalização esteja aprovada, a regulamentação é o grande obstáculo. "Falam: 'Vamos profissionalizar'. Mas não discutem a legislação aplicada aos árbitros, carga horária de trabalho, tempo de aposentadoria, piso salarial," pontuou o dirigente em uma ocasião anterior.
Em falas mais recentes (que mencionam o presidente Samir Xaud e a criação de um Grupo de Trabalho), a CBF reafirma que o debate sobre a profissionalização será de longo prazo. Isso sugere que a entidade reconhece que transformar a atividade de arbitrar em uma profissão de regime integral exige uma reestruturação profunda nas esferas legal, financeira e operacional, que não pode ser resolvida com medidas superficiais. A frase "requer um certo estudo" se encaixa perfeitamente nesse contexto de complexidade regulatória e estrutural.
Grupo de Trabalho e Foco na Qualificação
Como resposta imediata à crise e sinal de que a CBF busca soluções concretas, foi anunciada a criação de um Grupo de Trabalho (GT) dedicado a debater e propor melhorias na arbitragem nacional. Este grupo, que será liderado por Raimundo Góes Netto (Vice-Presidente da Federação Amapaense de Futebol, segundo algumas fontes), reunirá representantes de diversos setores do futebol — federações, clubes, árbitros e consultores.
Os temas centrais de discussão incluem:
Profissionalização: Estudo das bases legais e operacionais para a regulamentação.
Formação e Capacitação: Aprimoramento contínuo dos árbitros.
Uso de Tecnologias: Implementação e padronização, como a potencial chegada do impedimento semiautomático em futuras competições.
Padronização de Critérios: Principal alvo de reclamações, o GT visa equalizar o entendimento das regras em campo.
A expectativa é que o GT apresente um relatório com propostas concretas em até 60 dias após o início das atividades. Essa iniciativa demonstra que a CBF prioriza uma abordagem colaborativa e estudada, em vez de recorrer a medidas populistas.
Defesa da Estrutura Atual e Recusa a Demissões
Apesar do reconhecimento dos erros, o presidente da CBF tem sido firme na defesa da atual Comissão de Arbitragem, liderada por Wilson Seneme (em um contexto anterior a eventuais mudanças recentes). Ednaldo Rodrigues já declarou publicamente que a troca de comando não é a solução e apenas "vai atrasar cada vez mais o que a gente pretende de melhorias," indicando que os erros fazem parte do futebol. A entidade prefere pontuar as falhas e buscar o aprimoramento interno do que realizar demissões em massa que, no seu entendimento, não resolveriam o problema estrutural.
As reclamações dos clubes são vistas como algo "normal" e "pertinente" pela direção da CBF, desde que busquem soluções e não se limitem à crítica. O diálogo com os clubes é prometido como contínuo.
Em suma, a CBF está navegando em um mar revolto de críticas à arbitragem. A resposta da entidade, ao frear a expectativa de uma profissionalização instantânea e focar na criação de um grupo de trabalho, sublinha a visão de que a melhoria da arbitragem brasileira é um projeto complexo, de longo prazo e que, de fato, "requer um certo estudo" para ser implementado com sucesso.
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