Brasil Despenca no Ranking da FIFA e ocupa a sétima colocação

 

CBF sede


A derrocada da Seleção Brasileira no cenário internacional atingiu um novo e alarmante patamar com a divulgação do mais recente Ranking da FIFA. O time, outrora sinônimo de excelência e dominância, vê seu prestígio esvair-se, caindo para a sétima colocação – o que representa a pior posição dos últimos anos, um reflexo direto de resultados inconsistentes e, sobretudo, de uma gestão esportiva marcada pela instabilidade e decisões questionáveis.

O futebol penta-campeão do mundo vive um momento de profunda perplexidade. A queda no ranking, que reflete diretamente as recentes derrotas em jogos cruciais das Eliminatórias, como o revés para a Bolívia na altitude e o histórico declínio contra rivais tradicionais e a derrota para o Japão no amistoso, não é apenas um dado estatístico; é um termômetro da crise que assola a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Seleção.


Brasil está em 7 lugar no rank geral da FIFA


O Custo da Inconstância no Banco de Reservas

A principal e mais evidente crítica recai sobre a instabilidade na liderança técnica da equipe. O ciclo pós-Copa do Mundo de 2022 tem sido um retrato do desespero e da falta de planejamento a longo prazo. A aposta inicial em Fernando Diniz, um técnico com filosofia de jogo distinta, mas claramente sobrecarregado pela dupla função (clube e seleção), mostrou-se um paliativo caro e ineficaz. O futebol apresentado, por vezes experimental e com pouca coesão, resultou em derrotas que custaram pontos preciosos e, consequentemente, posições no ranking.

A sucessão apressada, culminando na chegada de Carlo Ancelotti (ou, mais recentemente, de Dorival Júnior, dependendo da data exata das notícias e das constantes mudanças), ilustra a aversão ao risco e a busca por um "salvador" de renome, em detrimento de um projeto sólido e estruturado. A CBF, ao invés de buscar um perfil que se encaixasse no futuro do futebol brasileiro e garantisse uma transição gradual, recorreu a nomes consagrados, mas cujos métodos e disponibilidade pareciam desalinhados com a realidade da Seleção. A falta de uma identidade tática definida e a constante alternância de comandos criam um ambiente de insegurança que inevitavelmente se traduz em campo.

Críticas para Além do Gramado

As mazelas da atual gestão da Seleção, no entanto, vão muito além do banco de reservas. A falta de transparência e o notório desprestígio dado às competições sul-americanas contribuem para a imagem desgastada.

  1. A Política de Convocação: Há uma percepção generalizada de que as convocações, muitas vezes, não refletem o melhor momento dos atletas ou a necessidade tática da equipe. A insistência em medalhões em detrimento de jovens talentos em ascensão, e a pouca observação de jogadores que atuam no Brasil, sugerem um distanciamento do pulso do futebol nacional e internacional.

  2. O Desinteresse por um Projeto de Base Coeso: A CBF parece priorizar a solução imediata (o técnico de peso) em vez de investir em uma filosofia de jogo unificada para todas as categorias de base da Seleção. O sucesso do futebol passa pela uniformidade de ideias, algo que a Argentina, por exemplo, demonstrou de forma clara em seu ciclo vitorioso.

  3. A Exposição da Marca: A gestão falha em proteger a marca Seleção Brasileira. Os resultados ruins e a inconstância afastam o torcedor e desvalorizam o produto no mercado global. A queda no ranking, por exemplo, impacta diretamente a moral da equipe e a percepção dos adversários. Em um cenário de Copa do Mundo com 48 seleções e a importância do ranqueamento para definir cabeças de chave, estar fora do Top 5 ou flertando com posições inferiores é um risco estratégico inaceitável.

O Espelho da Europa

Enquanto o Brasil recua, seleções europeias como Espanha, França, Inglaterra e até mesmo Portugal, consolidam suas posições e, em alguns casos, assumem a liderança do ranking. Este fenômeno é o reflexo de projetos a longo prazo, com técnicos alinhados à filosofia do futebol do país e um foco inegociável na renovação e no desenvolvimento de talentos. A Espanha, nova líder do ranking, é um exemplo de como a coerência e a aposta em uma geração podem render frutos rapidamente.

Conclusão: É Hora de Repensar as Prioridades

A Seleção Brasileira não está apenas perdendo jogos; está perdendo credibilidade e relevância no cenário global. A queda para a sexta colocação no Ranking da FIFA é o sintoma de uma doença mais profunda: uma gestão esportiva errática, imediatista e desprovida de um plano de longo prazo à altura da história do futebol brasileiro. A CBF precisa urgentemente virar a página do improviso e da política de remendos, estabelecendo um projeto sólido, com um técnico de perfil adequado ao futuro e que priorize a construção de uma identidade forte. Caso contrário, a descida na tabela da FIFA continuará, transformando a outrora temida 'Canarinho' em uma sombra de seu passado glorioso.

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