A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) é uma associação de clubes de futebol no Brasil que foi fundada em maio de 2022. Seu objetivo principal era criar uma liga independente para organizar as Séries A e B do Campeonato Brasileiro, seguindo o modelo de grandes ligas europeias como a Premier League.
A briga recente dos clubes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra) com o Flamengo se intensificou por conta da divisão das receitas de direitos de transmissão e culminou com uma ação judicial do clube carioca.
O cerne da disputa está na parte do dinheiro que é dividida com base na audiência (30% do total, segundo o modelo da Libra).
O Impasse com a Libra
Ação Judicial: O Flamengo entrou na Justiça do Rio de Janeiro e conseguiu uma liminar para bloquear o repasse de R$ 77 milhões que a TV Globo faria aos clubes da Libra, referente a uma das parcelas dos direitos de transmissão (Pay-Per-View/audiência). Esse valor ficou depositado em juízo (bloqueado) até uma nova decisão.
Motivo do Flamengo: O clube carioca contesta a falta de transparência e os critérios de divisão dessa parcela de audiência, alegando que o modelo atual o prejudica financeiramente em cerca de R$ 100 milhões por ano. O Flamengo afirma que, como responsável por uma grande fatia da audiência do grupo, sua representatividade não está sendo devidamente respeitada no rateio.
Contraponto dos Clubes: A atitude do Flamengo gerou uma forte reação e repúdio dos demais clubes da Libra (como Palmeiras, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Grêmio, Bahia, etc.).
Eles alegam que o Flamengo está colocando seus interesses particulares acima do coletivo e que a ação judicial visa "asfixiar financeiramente" os parceiros de liga, que contavam com essa verba para seu custeio.
Clubes como Palmeiras e São Paulo emitiram notas duríssimas, classificando a postura do Flamengo como "predatória" e "não condizente" com sua grandeza, e que a atitude atrapalha o crescimento do futebol brasileiro.
A própria Libra se manifestou, repudiando a ação e criticando o Flamengo por "desgastar a harmonia" e "não respeitar contratos assinados".
Em resumo, a briga é uma questão financeira e política dentro da Libra, onde um dos membros (Flamengo) questiona judicialmente o modelo de distribuição de dinheiro acordado, causando um grande atrito com o restante do grupo.
Objetivos e Propostas
A ideia central da Libra, e do movimento de criação de uma liga de modo geral, é buscar uma gestão mais moderna e profissional do futebol brasileiro, focando em:
Aumento de Receitas: O principal ponto é a renegociação e comercialização dos direitos de transmissão e patrocínios de forma conjunta pelos clubes, visando maximizar os lucros.
Distribuição Mais Equitativa: Um dos maiores motivadores é mudar a forma como as cotas de TV são distribuídas. A proposta da Libra, após um período de transição, é dividir a receita da seguinte maneira:
45% de forma igualitária entre todos os clubes.
30% por performance (colocação final no campeonato).
25% por audiência (engajamento/torcida).
O Racha e a Liga Forte União (LFU)
O processo de criação da liga não foi unânime, resultando em uma divisão entre os clubes.
Muitos clubes não concordaram com o modelo de distribuição de receitas proposto pela Libra, especialmente com relação ao período de transição e à porcentagem destinada à audiência, que acabava beneficiando mais os clubes com maior torcida (como Flamengo e Corinthians, embora o Corinthians tenha deixado a Libra).
Essa divergência levou à formação de um outro bloco de clubes, a Liga Forte União (LFU) (inicialmente chamada de Liga Forte Futebol - LFF), que também tem o objetivo de criar a liga, mas propõe um modelo de distribuição mais igualitário já no início.
Portanto, as negociações sobre os direitos de transmissão para o período a partir de 2025 foram conduzidas por esses dois blocos comerciais (Libra e LFU), em vez de uma liga única.
Acordos e Situação Atual
A Libra fechou um acordo com o Grupo Globo para a transmissão exclusiva dos jogos de seus clubes (em todas as plataformas - TV aberta, fechada, streaming e PPV) no período de 2025 a 2029.
Clubes de ambos os grupos (Libra e LFU) continuam negociando a possibilidade de unificação para criar uma liga única de fato, o que daria mais força ao futebol brasileiro em termos de organização e poder de negociação.
A Libra ainda é composta por clubes importantes do futebol brasileiro, como Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo e Vitória (além de outros clubes da Série B).
Em resumo, a Libra é um dos dois grandes grupos de clubes que buscam modernizar e gerir o Campeonato Brasileiro, mas que divergem, principalmente, na forma como a receita bilionária dos direitos de transmissão deve ser distribuída entre os times.
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